Os indígenas podem não ter dinheiro, mas não são pobres. E são hoje guardiões de nosso futuro. - Manifestação da Comissão Arns

NP #67 - Em repúdio ao ataque criminoso contra os Pataxó, no sul da Bahia

22 Jan 2024, 18:39 protesto pataxo Indígenas e sem-terra protestam contra ataque de ruralistas que deixou uma pessoa morta e vários feridos. - Foto: Reprodução de redes sociais

A Comissão Arns e a Conectas Direitos Humanos vêm manifestar seu repúdio aos trágicos acontecimentos ocorridos no dia de ontem, na cidade de Potiraguá, sul da Bahia, quando indígenas da etnia Pataxó Hã-Hã-Hãe foram violentamente atacados por fazendeiros e pistoleiros da região.

Como é de conhecimento, o ataque foi articulado em um grupo de mensagens pela internet, numa operação que os agressores batizam de “Invasão Zero”, com a finalidade de expulsar, pelo uso da força e ao arrepio da lei, os indígenas que lá se encontravam.

O ataque resultou na morte da líder indígena Maria de Fátima Muniz, mais conhecida como Nega Pataxó, irmã do cacique Nailton Pataxó, ferido com gravidade. Há notícias de outros indígenas agredidos e mesmo desaparecidos.

Diante destes fatos, a Comissão Arns e a Conectas Direitos Humanos também se dirigem publicamente ao Exmo Sr. Governador do estado da Bahia, Jerônimo Rodrigues, pedindo completa e rápida apuração do caso, ainda mais em se tratando de um ataque anunciado.

Também cumpre pedir ao Exmo. Governador que apure a conduta da Polícia Militar do seu estado, cujo efetivo, presente no local, foi incapaz de conter o conflito e evitar os seus desdobramentos.

Não haverá paz no campo sem Justiça. Aguardamos uma investigação rigorosa, cobrando os esclarecimentos devidos à sociedade brasileira. E, ao povo Pataxó Hã-Hã-Hãe, prestamos a nossa solidariedade, neste momento doloroso.