"A demarcação das terras indígenas e a proteção de seus povos é tarefa inescapável do Estado brasileiro e exige o compromisso, de boa-fé, de todos os Poderes da República." - Nota Pública da Comissão Arns

Comissão Arns faz visita de apoio ao CAAF

4 Abr 2022, 16:39 visita-ao-caaf-2.jpg

O Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF), unidade da Unifesp, é um laboratório único no gênero, no país. Responsável pela identificação das 1.049 ossadas da chamada ‘vala de Perus’, onde foram enterradas clandestinamente vítimas da ditadura militar, o CAAF funciona em um imóvel alugado que foi vendido. O novo proprietário deu prazo até o final do mês de junho para a desocupação do espaço. A universidade já dispõe de um novo local para abrigar o Centro, mas é necessária uma reforma que levará alguns meses. “Precisamos de tempo”, alerta Edson Telles, coordenador do CAAF.

Telles explica que o centro reúne uma equipe de profissionais de diversas áreas do conhecimento que fazem o trabalho de separação, higienização e análise genética das milhares de ossadas, entre as quais estão jovens assassinados pela ditadura, indigentes, vítimas de Brumadinho e outros indivíduos que precisam ser identificados. O Grupo de Trabalho Perus já identificou dois desaparecidos políticos mortos em 1971: Dimas Antonio Casemiro e Aluízio Palhano Pedreira Ferreira.

Uma comitiva da Comissão Arns visitou o CAAF no dia 1º de abril, para oferecer apoio na resolução do problema do despejo. O presidente da CA, José Carlos Dias, afirmou: "A nossa instituição representa uma porção da sociedade civil que decidiu lutar pelos direitos humanos. Precisamos começar por aqui. Nossos mortos precisam estar presentes e identificados para continuarmos a nossa luta”.

Foto: Áurea Lopes