"A demarcação das terras indígenas e a proteção de seus povos é tarefa inescapável do Estado brasileiro e exige o compromisso, de boa-fé, de todos os Poderes da República." - Nota Pública da Comissão Arns

A luta por direitos humanos é permanente

Maria Victoria Benevides 22 Set 2022, 11:43 maria vic puc2 Maria Victoria Benevides representa a Comissão Arns em evento na PUC-SP - Foto: Reprodução

Saúdo a todos e todas com admiração e saudades de pessoas que se foram e marcaram nossa luta por democracia e direitos humanos. Dom Paulo Evaristo Arns (Presente!), os professores desta casa, a começar pela reitora Nadir Gouveia Kfouri, os professores aqui acolhidos, Florestan Fernandes e Paulo Freire e o nosso querido companheiro da Comissão Justiça e Paz, Antônio Carlos Malheiros.

Estamos aqui em nome de direitos humanos fundamentais. E, nesse caso específico, 45 anos da invasão da PUC, temos que reclamar com mais força o direito à memória e o direito à verdade.

Democracia e direitos humanos são indissociáveis.

Aqui estou representando a Comissão de Defesa de Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns, que foi criada justamente após aquelas trágicas eleições de 2018, quando nós tivemos uma consciência muito forte, muito aguda, de que a democracia e o respeito aos direitos humanos corriam graves riscos

Hoje represento aqui o presidente da Comissão Arns, o advogado de tantos presos políticos, José Carlos Dias, incapacitado de comparecer por motivo de um acidente. Me sinto muito honrada de representar José Carlos e nossa querida presidente de honra, Margarida Genevois.

A luta por direitos humanos e por democracia é uma constante, é permanente.

Mas há momentos na história nos quais ela se torna um projeto de vida, de luta diária. É isso que nós defendemos e é por isso que nós achamos que a vida tem um sentido. Além do direito à memória e à verdade, nesta celebração, queria lembrar o direito ao futuro, tão importante para a nossa juventude e para as crianças.

Hoje li uma notícia no jornal dizendo como aumentou o número de mortes violentas de crianças na região Amazônica. É a nossa luta, lembrando que são os povos originários, os povos indígenas, que, melhor do que qualquer outro projeto, mantêm a floresta, conservam as florestas já tão devastadas por um governo que é explicitamente inimigo da democracia e dos direitos humanos.

Estamos numa casa da educação, da ciência e da cultura. Queria lembrar o que já me acostumei a lembrar em eventos deste tipo. Os versos do querido e saudoso poeta cantor: “Eu sei, eu sei, que a vida podia ser melhor e será. Mas não impede que eu repita, é bonita, é bonita e é bonita”.