"A demarcação das terras indígenas e a proteção de seus povos é tarefa inescapável do Estado brasileiro e exige o compromisso, de boa-fé, de todos os Poderes da República." - Nota Pública da Comissão Arns

Instituições civis apoiam governadores e prefeitos no enfrentamento à pandemia

15 Mar 2021, 17:19 o-povo-tela-live.jpeg

As organizações da sociedade civil Comissão Arns, SBPC, CNBB, OAB, ABC e ABI, signatárias do Pacto pela Vida e pelo Brasil, reuniram-se hoje, 15 de março, com governadores e prefeitos de diversos estados e capitais para manifestar apoio a esforços de enfrentamento à pandemia no Brasil.

Com a presença dos presidentes das entidades, o evento virtual contou com a participação dos governadores Wellington Dias, do Piauí, e coordenador do Fórum Nacional de Governadores; Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte; Camilo Santana, do Ceará; Renato Casagrande, do Espírito Santo e Flávio Dino, do Maranhão. Também estiveram presentes a vice-governadora do Piauí, Regina Souza, e o presidente da Frente Nacional de Prefeitos, Jonas Donizetti, de Campinas.

A reunião foi marcada pela entrega, aos governadores e prefeitos, do documento “O povo não pode pagar com a própria vida”, manifestação que expressa a preocupação de diversos setores da sociedade com a condução da pandemia pelo governo federal. O texto denuncia: “É hora de estancar a escalada da morte! A população brasileira necessita de vacina agora. O vírus não será dissipado com obscurantismos, discursos raivosos ou frases ofensivas. Basta de insensatez e irresponsabilidade. Além de vacina já e para todos, o Brasil precisa urgentemente que o Ministério da Saúde cumpra o seu papel, sendo indutor eficaz das políticas de saúde em nível nacional, garantindo acesso rápido aos medicamentos e testes validados pela ciência, a rastreabilidade permanente do vírus e um mínimo de serenidade ao povo”.

Abrindo o encontro, o presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, afirmou que “falta atitude adequada e lúcida por parte dos mandatários do governo brasileiro”. Felipe Santa Cruz, presidente da OAB, alertou para o fato de que “o povo brasileiro está exausto; desse jeito não é possível continuar”. Esse governo, disse Santa Cruz, “trabalha para ver o Brasil pegar fogo. Precisamos nos colocar na defesa da democracia”.

José Carlos Dias, presidente da Comissão Arns, conclamou os governadores, os prefeitos, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal a “guiar nossos passos”. Para ele, o Brasil está gravemente enfermo; velhos e moços têm que se sensibilizar. “Inoperância e negacionismo matam!”, advertiu.

Presidente da ABC, Luiz Davidovich garantiu que “a ciência está do lado da população brasileira”. “Temos que unir o Brasil no combate à Covid e à insensatez”, resumiu. Representando o presidente da ABI, o diretor da instituição Juca Kfouri disse que “maior do que a Covid é a pandemia chamada Jair Bolsonaro, que nos assola. “A ABI defende o impeachment de Bolsonaro e conclama os governadores a pressionar suas bancadas no Congresso a apoiar essa iniciativa.

Pela SBPC, o presidente Ildeu de Castro Moreira ressaltou que “o que mata” é o negacionismo, é a omissão, a falta de um plano nacional de combate à pandemia, as falsas promessas. Chamou atenção para as atitudes antidemocráticas do governo federal e pediu união nacional para viabilizar ações adequadas neste momento.

Ao apontar que estamos “em meio a um colapso nacional nas redes de saúde públicas e privadas”, o governador Wellington Dias agradeceu o documento destacando que “o isolamento é o caminho”. Mas acrescentou: “Precisamos de uma coordenação nacional, precisamos de mais vacinas e do auxílio emergencial”. Dias defendeu ainda um seguro-desemprego aos trabalhadores afetados pela pandemia. Ele lembrou que “o governo encaminhou para o Congresso uma proposta com 43 bilhões de reais a menos no orçamento da saúde, em um momento delicado como este”.

Com as decisões adequadas, disse Dias, O Brasil tem “condições reais, com a Fiocruz, o Instituto Butantã, a União Química, entre outros laboratórios, de alcançar em abril a vacinação de todo o grupo de risco, que responde por 70% das internações, reduzindo a pressão na rede hospitalar”.

Assista a íntegra do encontro!