NP #47 - Um crime de ódio em Foz do Iguaçu
14 Jul 2022, 15:34 ReproduçãoA Comissão Arns, profundamente chocada com o recente assassinato do guarda municipal Marcelo de Arruda, em Foz do Iguaçu (PR), pelo policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, vem a público para se solidarizar com as famílias enlutadas, ao mesmo tempo em que denuncia as tentativas de autoridades do governo federal de tratar a tragédia como um fato isolado, “coisa de quem bebe demais no final de semana”.
É evidente que tal fato, longe de ser corriqueiro, é consequência da escalada de intolerância e de violência política no país, estimulada pelo discurso de ódio do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, bem como pela sua insistência no armamento geral da população.
Também é evidente que não se trata de um caso corriqueiro quando a vítima, um militante do Partido dos Trabalhadores (PT), foi atacada durante confraternização entre familiares e amigos, sendo o assassino um ostensivo e radical bolsonarista. Esse crime deve ser entendido como um ato de terrorismo político neste início da campanha eleitoral, quando as pesquisas indicam a derrota de Bolsonaro e seus seguidores.
A Comissão Arns, alerta diante do possível crescimento dessa violência, assim como das manifestações de descrédito e desmoralização do processo eleitoral, renova mais uma vez seu compromisso incondicional com o Estado Democrático de Direito e a garantia dos direitos humanos, a começar pelo direito à vida. É urgente a pronta reação das autoridades competentes, entre elas, o Ministério Público, no cumprimento de suas obrigações constitucionais.
Trata-se de um crime de ódio, que não pode ficar impune. O medo e a insegurança não podem justificar que a negligência e o silêncio atuem em cumplicidade. Por fim, é preciso lembrar que Marcelo de Arruda deixa uma filha recém-nascida. Ela e todas as crianças e jovens desta nossa pátria amada merecem vida plena, com paz e justiça.